O doping, o doping...
Mais uma vez chegou uma das minhas alturas preferidas do ano e, mais uma vez, o doping ataca. Se o doping no ciclismo por si só é mau, a estupidez contagiante com que é tratado na generalidade dos meios de comunicação ainda me consegue irritar mais. Antes de começar a asnear, devo desde já dizer que sou contra a utilização de substâncias dopantes para fins desportivos, em todos os desportos.
Como adepto (fã) do ciclismo, preocupa-me a imagem que passa todos os anos nesta altura (tour de france) devido aos casos de doping. No entanto, não posso deixar de pensar que é um sinal positivo e que indica que as coisas estão a mudar e a melhorar. Se não vejamos:
. todos os vencedores de etapas e líderes de classificações são, no máximo de 30 minutos após o fim da etapa, sujeitos a controlo. E o controlo é ao sangue, não à urina (vulgo mijo)
. para além destes testes, são seleccionadas aleatoriamente equipas para serem testadas antes das etapas. No tour deste ano foram feitos 189 testes antes do ínicio, 53 no dia 10, 51 no dia 16, 25 no dia 17, 42 no dia 20 e 14 no dia 25. Tudo teste ao sangue. O número de resultados positivos foi zero.
. no meio de todos estes testes, só o Vinokorouk deu positivo (a amostra A, ainda não há resultados da amostra B)
. para além dos teste durante as provas, os ciclistas são obrigado a enviar a UCI o seu calendário de treino (datas e locais) de modo a que possam ser feitos controlos supresas no períodos fora das competições. E o que aconteceu ao Rasmussen foi que não enviou estes dados e foi avisado pela UCI, sem que houvesse qualquer procedimento disciplinar).
Portanto, acho que é fácil concordar que o controlo anti-doping no ciclismo é bastante mais apertado no ciclismo do que noutros desportos (como, por exemplo, o futebol, em que o platini vem anunciar, como se fosse grande coisa, que vai haver controlos sanguíneos no euro 2008...).
Outra coisa também muito diferente no ciclismo é a atitude das equipas perante o doping. Assim que se souberam os resultados, o Vinokorouv foi despedido da Astana, que abandonou o Tour. O Rasmussen também foi despedido (e era só o camisola amarela)... Mais uma vez, a diferença é obvia. Basta lembrarmo-nos do caso do Nuno Assis... e do Quim... (que, não sei porquê, são os que me vêm à cabeça).
Enfim, concluindo, o que eu queria dizer é que há muita merda no ciclismo, mas se os outros desportos fossem controlados da mesma maneira...
E desculpem lá isto, mas tinha mesmo de desabafar.