terça-feira, junho 19, 2007

Carolina e eu

Ontem à noite deu-me para ler o livro da Carolina Salgado. Peguei e li-o de seguida. Entusiasmei-me com aquilo. E nem sei porquê. É uma biografia, e como todas as biografias começa com "nasci aqui", "estudei acolá" e a história dela segue normal até àquilo que a marcou para a vida. Mais até do que o Pintinho da Costa. Foi a morte da avó. Depois disso, tudo descambou na vida da pobre coitada. Se quiserem ler o livro para poderem apurar os factos da história do apito dourado, basta lerem os últimos três ou quatro capítulos. Não percam tempo. Todos os episódios anteriores são tristes demais, não interessam a ninguém, e até ela daqui a uns anos vai querer retirar o livro do mercado pois ela própria se vai desinteressar pela sua história. A tipa não viveu, tudo aconteceu na vida dela cedo demais e com as pessoas menos aconselháveis. Faltou-lhe sempre discernimento para tomar decisões certas, e quando tomou decisões estava avariada da pinha, e sempre deu merda. Apaixonou-se pelos tipos errados, e sempre sentiu uma inexplicável atracção por homens (muito) mais velhos. Ou isso, ou deixou-se levar por pura imaturidade e vulnerabilidade. E há muita coisa que não faz sentido na história dela, como por exemplo o desconhecimento dela das legítimas esposas dos seus "grandes amores". A Carolina descreve tudo isso com uma inocência desconcertante e é o corolário de que o maior cego é aquele que não quer ver. Bom depois vêm as histórias de como, e finalmente, conheceu o Pinto da Costa, a vida de rainha que teve, as pessoas pouco aconselháveis desse mundo da bola, mas todo o livro é recheado dos pormenores irritantes da vida deles de casal, até os presentinhos de menina mal mimada que ela enviava ao Sr. Presidente. Um horror. Ponho em dúvida se o livro foi um acto de coragem dela, ou de uma jogada qualquer da "concorrência", mas se assim foi, também ela deverá responder por muitas das coisas que o livro fala. Mas o livro é a história de uma mulher amargurada, a sofrer um desgosto de amor, e todos os episódios do apito dourado e todas as suas ilegalidades, são narradas como se fosse a alma ferida do Sr. Presidente a falar e não a dela. Enfim, foi uma vítima, sem dúvida que foi, merecia mais e melhor. E acredito que para bem dela, este livro caia no esquecimento e que finalmente a deixem em paz. Tens de fazer um reset à tua vida pobre Carolina. Nasce de novo.

6 comentários:

Myllana disse...

No mundo de Carolina hã...

Bem ,a gaja viajou pra caramba , tem dois caes lindos e pegou um chapadão do Nuno!

Pelos vistos já não enche os bolsos com euritos.A Febre Carolina passou:)Mas ainda cheguei a ler tal livro.Quase todo :P

Manel disse...

Não li, e não irei ler.
O mesmo se passa com o livro do Lopes que a Carolina ofuscou.

Toni disse...

Não leia que não vale a pena, pura perda de tempo.
Que Lopes fala Manel?

Sistema disse...

Este livro devia ser obrigatório no secundário!

Sempre motivava a leitura.

Anónimo disse...

não vale a pena lerem o livro agora. esperem pelo filme.

Anónimo disse...

Mal vai este país!
Leiam Pessoa, Torga, Aquilino.