quarta-feira, dezembro 23, 2009

Boas festas

Partilho convosco o bilhete que a minha empregada angolana deixou em cima de uma mesa, só para eu me lembrar que é Natal e que lhe tenho de deixar uma notita. Reparem que o bilhete tem o sotaque próprio... Desejo um Feliz Natal a todos!

segunda-feira, dezembro 14, 2009

30 dias em Luanda

Assim que pisei um pé fora do aeroporto percebi de imediato que isto aqui não era para brincadeiras. Momentos antes tinha preenchido uns papeis onde além da minha identificação, indicava o motivo da visita, o tempo de permanência e forneci a morada da empresa, tudo conforme as indicações que me haviam dado. Fizeram-me uma rápida entrevista onde repeti o que tinha colocado no formulário, devolveram-me o passaporte, peguei na minha mala de trinta quilos, peguei nos dois portáteis que coloquei a tiracolo e avancei por um corredor largo que findava num átrio sem janelas mas que tinha com uma pequena porta de correr automática e com vidros translúcidos. Aquela porta dava para o exterior. Segui sempre sem paragens e mantendo a cadência de passo possível quando se anda carregado. Lá fora sabia que estaria um homem local, funcionário da empresa, à minha espera. Avancei e saí... De repente estava do lado de fora com mais de uma centena de negros atentos à dita porta, todos dispostos ao longo de uma frágil guarda metálica, que se inclinava no meu sentido com o peso de tanta gente. Não havia nenhuma zona de transição, nenhuma praça de táxis, nenhum espaço onde pudesse pousar as coisas e sentar-me enquanto não identificava a pessoa que me ia buscar. Olhei para a ruidosa multidão, voltei a olhar mais atentamente e nada vi com o meu nome, estava parado sem saber o que fazer. Tentei entrar de novo pela porta, mas o seu automatismo apenas funcionava do interior para o exterior. Nada a fazer. Uma vez saído fiquei ali incauto com um calor de trinta e quatro graus, parede de um lado, multidão do outro, com uma pesada mala, dois computadores e um leve casaco vestido que me aquecia e fazia transpirar à mesma velocidade com que ficava assustado. Peguei no telemóvel e liguei para o contacto que tinha. Liguei três vezes sem resposta e tinha já um bandido qualquer a pedir-me dinheiro, primeiro pediu euros, depois dólares, depois já só queria moedas e colocava a mão numa das malas a dizer que me levava onde eu quisesse. Subi a voz a dizer que não tinha dinheiro, que não lhe ia dar nada e que desaparecesse dali. Fiz mais uma chamada e desta vez atenderam. Instantes depois apareceu um homem negro de ar amistoso que me chamou pelo nome e se identificou. Estava a salvo,literalmente.


Entretanto passou-se pouco mais de um mês desde a minha chegada. Para aqueles que cá estão há mais tempo, justificam facilmente episódios como o que eu passei à chegada com um riso trocista e um simples “isto é África, meu!” Eu próprio já digo isso como se o facto de “ser África” justifique tudo aquilo que vi e que não imaginaria ver. Vivo num confortável e seguro condomínio a Norte de Luanda a treze quilómetros do seu centro, onde está o estaleiro da obra onde trabalho e onde fica também a sede da empresa. Faço diariamente esse trajecto onde cruzo por estradas que atravessam os “musseques” (assim chamados aos bairros de lata), serpenteio o meu jipe branco de motor a gasolina por buracos capazes de engolir rodas inteiras, luto por vencer o trânsito, circulo sempre encostado ao carro que segue à minha frente de forma a não dar espaço a mais nenhum outro se colocar, vou de portas trancadas, ar condicionado ligado. Atravesso dois “musseques” com faixas penduradas onde se pode ler “Natal 2009 sem fome”, passo em frente a uma prisão, numa estrada que dá acesso à maior feira de África, o “Roque Santeiro”. Treze quilómetros que podem chegar a demorar três horas a percorrer. Treze quilómetros onde se vêem pessoas a tomar banho em poças de água (água?!), centenas de crianças descalças e sujas com pouco mais de um trapinho em cima do corpo, rios de esgotos de um cheiro inimaginável que descem por entre as casinhas feitas em chapa ondulada, tijolos roubados e argamassas argilosas, mulheres vestidas com cores garridas com crianças às costas seguras por panos atados ao abdómen, mulheres que também carregam pesadas e variadas cargas à cabeça para vender no “Roque”, rapazes novos vestidos com camisolas de clubes europeus sendo a maior parte do Benfica, homens adultos com ar envelhecido, gente sem água, sem luz nem saneamento, gente sem instrução, sem destino e sem prespectivas, mas que nas primeiras horas de sol caminha freneticamente em direcção ao “Roque” e à cidade para fazer algum dinheiro. E carros, muitos carros. A maior parte são Toyotas velhos que vêm para cá terminar a vida útil oriundos dos mais variados países, robustos camiões Kamaz com mais de vinte anos que carregam contentores enferrujados, centenas de “candongueiros”, que são os taxistas locais, com as suas Toyota Hiace azuis e brancas com quatro filas de bancos capazes de levar mais de vinte pessoas. Tudo isto de manhã cedo a circular naquele que será o pior trânsito que já vi. É gente a mais, carros a mais, todos na estrada a “acotovelarem-se” para andar um pouco mais para a frente, estradas alegadamente de duas faixas que se desdobram em sete, cruzamentos que viram caos, sinfonias de buzinas e condutores desesperados com as mãos na cabeça. Esqueçam tudo o que é código da estrada, bom senso, lei e ordem. Isto é África!

Chegado à cidade o cenário não é muito diferente no que toca ao volume de tráfego. Mas há menos camiões e começam a surgir grandes e reluzentes jipes com motores V8 e, por aqui e ali, berlinas de luxo de gente endinheirada. Há grandes prédios antigos tomados pelo êxodo de provincianos que fugiram da guerra, prédios sem luz nem elevador, sem água e de esgotos entupidos. Há muito lixo amontoado nas ruas, vê-se (e sente-se!) uma água fétida de cor esverdeada que escorre pelos passeios e esbarra em sarjetas entupidas. Nas avenidas há vendedores que caminham por entre o trânsito e que vendem tudo. Filmes em dvd, calculadoras, cabides de roupa, tabaco, cartões de telemóvel, bonés, camisolas do Benfica, vendem cd´s da Shakira, Madona e Michael Jackson, vendem ventoinhas, bancos de cozinha, conjuntos de tampões para rodas de carros, óculos de sol, sapatilhas de marca, plantas ornamentais, fruta, revistas, jornais e sei lá o quê mais. E trânsito, muito trânsito, ruas cheias de armadilhas como buracos traiçoeiros, tampas de saneamento inexistentes, transeuntes que se lembram de voltar para trás quando já vão no meio da rua e galinhas que aparecem no meio dos carros estacionados que nos trarão um problema muito sério se lhes passarmos uma roda por cima. É uma cidade a rebentar pelas costuras. Luanda foi concebida para quinhentos mil habitantes e hoje comporta cerca de seis milhões, ou “seis milhões upa upa...” como me dizem os conhecedores. Em Luanda vive metade da população angolana e apesar do seu o centro urbano não ser muito grande, tem uma periferia tomada por de milhões de pessoas fugidas da guerra nas províncias, que vivem em más condições nos ditos “musseques”. Há muito para fazer por aqui mas o governo local começa a fazer um bom esforço social na construção de hospitais e escolas. Preocupa-se com a melhoria da mobilidade ao construir mais e melhores estradas, com isso gera emprego e aposta na descentralização ao estimular a repovoação de cidades do interior que a pouco e pouco vão ficando mais povoadas e atractivas. Segundo os meus colegas que estão cá há mais tempo, as melhorias fazem-se sentir, mas na minha verde opinião, ainda vai demorar duas gerações até que Luanda tenha qualidade de vida e que retome a beleza e o carisma que já possuiu. No entanto consegue-se encontrar bons restaurantes e há bons sítios para sair à noite. É possível viver aqui tranquilamente desde que se tenha a atitude certa de não deixar de fazer o que se gosta, mas também não assumir riscos desnecessários, como andar sozinho à noite, ou mostrar alguns sinais exteriores de saúde financeira. É possível gostar daqui. Depois há o convívio e as relações pessoais. Antes de vir disseram-me que dentro da empresa haveria pessoas “assim e assado” que ia gostar mais de umas e de outras como em tudo na vida. E pude verificar isso mesmo. Naturalmente que tenho as minhas preferências e gosto das pessoas que me rodeiam, colegas de trabalho bem conhecedores das particularidades locais, que contam histórias aqui passadas numa perspectiva hospitaleira e que me têm proporcionado uma boa integração. Gente boa com bom carácter que dão firmes apertos de mão e que olham nos olhos quando conversam. Gosto de pessoas assim, porque sou assim. Gente amiga. Não gosto daqueles que usam o paternalismo pateta de quem já cá está há muito tempo e que vivem a fazer intrigas bacocas sobre o dia-a-dia laboral. Mas gosto de outros, daqueles que passado um par de dias já perguntam por mim, e que se reencontram comigo com sorrisos francos. Gosto disso e gosto do meu trabalho. Sei que ainda não estive aqui demasiado tempo seguido para que as saudades doam, mas se não tivesse a confiança em mim mesmo para tomar conta dessas adversidades, nem teria vindo. Sinto muito a falta da minha mulher e tenho a certeza que irá conhecer Luanda e tirar partido daqui como eu já começo a fazer. Dia-a-dia vou ficando menos sensível às assimetrias sociais, aos cenários que diariamente vejo, e vou aprendendo a viver aqui, tirando proveito do melhor do meu trabalho, do melhor das pessoas, do melhor desta terra e do melhor de mim mesmo.




quinta-feira, novembro 12, 2009

A grande questão

A grande questão do momento e para a qual parece, por agora, ainda não haver resposta é: há, ou não, internet em Angola? Ficamos à espera de desenvolvimentos...

quarta-feira, novembro 04, 2009

Wallace e Gromit


20 anos festejados assim pela Google. Estes personagens de plasticina são uma criação do britânico Nick Park e ganharam tanta popularidade que são verdadeiros ícones culturais e autênticos embaixadores da cultura britânica. Trata-se das aventuras de um cão e do seu dono, um mal sucedido inventor com a particularidade de adorar queijo. Façam uma busca no Youtube das curtas e da longa metragen da saga Wallace and Gromit, produzidas, escritas e realizadas por Nick Park. A primeira de quatro curtas metragens foi mesmo nomeada para Oscar de melhor filme de animação mas viria a perder para uma outra obra do mesmo autor. É uma curta-metragem chamada Creature Conforts, e aqui fica uma amostra:

segunda-feira, outubro 26, 2009

A caminho de Angola

É já no próximo dia 9 de Novembro que irei para Luanda. Esperam-se novidades a partir dessa data. Até lá vou preparando a viagem com alguma ansiedade e uma imensa curiosidade de sentir aquele típico bafo quente dos ares africanos. Está quase.

quinta-feira, outubro 01, 2009

quinta-feira, setembro 24, 2009

"Ir à bica..."


Como eu gostava de "ir à bica" como aquelas mulheres anafadas que vão todas risonhas e pindéricas com o porta-moedas debaixo do sovaco, depois bebem um cafézito e comem um docinho, normalmente partilhado, pois já são gordas e além disso poupam umas poucas moedas para repetirem a paródia a meio da tarde. São minutos deliciosos. Enquanto isso, o serviço fica parado... Como eu gostava disso. Afinal o que eu quero é ser funcionário público!

sábado, setembro 19, 2009

Vespas em movimento


As minhas óptimas férias há muito que acabaram mas um recomeço laboral em força não me tem dado grande disponibilidade para actualizar esta casa. Além disso, numa recente sexta-feira olhava eu a tv à espera de um noticiário que nunca mais vinha, quando a inércia se apoderou de mim... Isso fez-me ganhar um novo vício, pois o pouco tempo livre que tenho ao fim do dia, tenho-o ocupado com valentes desmaios no sofá que nem tenho conseguido actualizar As Glórias nem acompanhar a campanha eleitoral. Porém, ainda hoje olhei um noticiário e reparei que a virginal MFL continua com o mesmo colar de pérolas visível nos cartazes das europeias, pelo que imagino que os combates premeditados entre os vários candidatos continuem acesos e que a animação política continue mais ou menos na mesma. Neste momento as eleições fazem-me lembrar uma expressão que muitas vezes ouço, "é pró lado que durmo melhor"! E é isso mesmo, posso continuar a desmaiar à vontade, que este meu desinteresse não vai alterar a minha intenção de voto. Quanto ao tempo que resta aos sábados e domingos, tenho aproveitado para "vespar". Face a esta doença vespista de que padeço, o Vespas em Movimento do passado fim-de-semana organizado pelo Vespa Clube de Gaia, motivou o meu interesse em participar. O tempo esteve bom e juntei o gozo de andar de mota com a oportunidade conviver com pessoas com interesse comum ao meu e de acelerar por estradas por mim desconhecidas. A caravana partiu de Viana do Castelo, passou em Esposende e pelos centros do Porto e Gaia, seguiu até à praia do Furadouro, num percurso repartido em dois dias e quatro animadas refeições. Foi giro ver as as novíssimas GTS, as Spint´s, PX´s, LX´s, GL´s, ET´s, as 50S e etc, umas impecavelmente restauradas, outras cheias de adornos cromados e até algumas ornamentadas com pormenores de gosto mais duvidoso. Vespinhas com fartura e um convívio de quase 500 quilómetros de bom espírito, feitos em ritmo de passeio sempre em belas estradas nacionais. Fica um vídeo que fiz da caravana a passar, pois das duas centenas de fotos que tirei durante o fim-de-semana, reparei que apenas tirei fotos à mais bonita Vespa presente no encontro, a minha GTR.

sábado, agosto 22, 2009

Férias


terça-feira, agosto 11, 2009

Alguém me consegue explicar....


a lógica de receber uma carta de um banco onde apenas se pode ler:
CORREIO DE EXPEDIÇÃO NORMAL - 1 ENVELOPE - QUANTIA - 0.31 €
Ou seja, mandaram um envelope com um extracto a justificar um movimento cujo valor é o preço do próprio envelope. Magnífico serviço!

domingo, agosto 02, 2009

quinta-feira, julho 30, 2009

Coimbra´s 1979

Cell´s Cross square, António José de Almeida and Augusta´s boulevard


Emídio Navarro avenue with the high speed diesel train to Serpins

sábado, julho 25, 2009

O Fenómeno*


*Ronaldo era conhecido como "o Fenómeno".
Actualmente joga no Corinthians.

segunda-feira, julho 20, 2009

40 anos


Em toda as missões à Lua, apenas 12 homens tiveram a sensação de sentir a Lua a seus pés. Veja a lista:


1) Neil Armstrong e Buzz Aldrin – Apollo 11 – Julho de 1969

2) Charles Pete Conrad e Alan Bean – Apollo 12 – Novembro de 1969

3) Alan Shepard e Edgard Mitchell – Apollo 14 – Fevereiro de 1971

4) David Scott e James Irwin – Apollo 15 – Julho de 1971

5) John Young e Charles Duke – Apollo 16 – Abril de 1972

6) Eugene Cernan e Harrison Schmitt – Apollo 17 – Dezembro de 1972

sábado, julho 11, 2009

quinta-feira, julho 02, 2009

Imagem do dia


Foi no campo pequeno?
link

sexta-feira, junho 26, 2009

Pop sem Rei



Michael Jackson, o “Rei da Pop”, morreu aos 50 anos, vítima de uma paragem cardíaca. Nunca fui grande fã dele, mas aqui deixo a música dele que mais gostava, numa representação que marcou um ponto de viragem na sua carreira. Deixou um grande legado e os milhões de discos vendidos falam por si.


Por outro lado, no dia de ontem faleceu um dos símbolos da beleza americana. Um dos rostos da épica série "Os anjos de Charlie", Farrah Fawcett deixou-nos aos 62 anos, ao não resistir na luta contra o cancro. O mundo está mais pobre.

sábado, junho 13, 2009

Vespamania

Depois da viagem Coimbra-Porto feita a bom ritmo lá fiz a paragem na ribeira. Maldita vaidade...

Um tal de Jean-Claude Bonno



Gravado em 1987

terça-feira, junho 02, 2009

Arte...

Chapa de aço, sabão, apoios de borracha
(Segundo descrição da peça exibida no Museu de Serralves)


Chapa de aço S 275 JR de 20 mm de espessura
com dois apoios de madeira,
vulgarmente conhecidos como cavacos
(Em exibição numa indústria de serralharia e estruturas)

sábado, maio 30, 2009

sexta-feira, maio 22, 2009

quinta-feira, maio 21, 2009

terça-feira, maio 19, 2009

Afinal o MacGyver era português

A palavra mais desejada pelos anglófonos: desenrascanço.

"They believe this ability to slap together haphazard solutions has been key to their survival over the centuries.

Don't laugh. At one time they managed to build an empire stretching from Brazil to the Philippines this way.

Fuck preparation. They have desenrascanco."

sexta-feira, maio 15, 2009

Economia portuguesa regista maior queda dos últimos 30 anos


A economia portuguesa recuou 3,7 por cento no primeiro trimestre de 2009 face a igual período do ano passado, naquele que é o pior resultado desde pelo menos 1977, segundo dados divulgados hoje pelo Eurostat e pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

Como diz o outro é vida..

terça-feira, maio 12, 2009

A bola de papel que pôs o Bremen na final da Taça UEFA vai para o museu

Quem acha que o Chelsea teve azar com o árbitro na meia-final da Liga dos Campeões, ou com o golo que sofreu nos últimos instantes da partida com o Barcelona, não sabe o que é azar. Azar é ser afastado de uma final europeia por causa de uma bola de papel atirada para o relvado pelo público. E foi exactamente isso que aconteceu ao Hamburgo, no segundo jogo da meia-final da Taça UEFA.

Aos 83 minutos, num lance aparentemente inofensivo e que parecia controlado por Michael Gravgaard, defesa dinamarquês do Hamburgo, uma bola de papel, atirada das bancadas para dentro do relvado desviou a trajectória da bola de jogo, levando Gravgaard a ceder involuntariamente um pontapé de canto [clique no link e veja a jogada no Youtube].

Diego cruzou para a área, o português Hugo Almeida desviou ao primeiro poste e Baumann acabou por fazer o 3-1, decisivo na vitória e no apuramento do Bremen para a sua primeira final da Taça UEFA. O resultado final do encontro, realizado em Hamburgo, foi de 3-2 contra a equipa da casa que ganhara o jogo da primeira mão, por 1-0, mas que acabou por ser eliminada devido à regra dos golos marcados fora.

Tragédia (do Hamburgo) ou comédia (para o Bremen), certo é que o protagonismo da bola de papel não passou despercebido aos repórteres de uma televisão alemã que acabaram por entregá-la ao treinador do Bremen, Klaus Allofs. E, segundo o técnico, depois de um papel tão decisivo, a bola de papel merece ir para as montras do Bremen. "Vou levá-la comigo. Vai para o museu do clube e vai ter um lugar especial", afirmou Allofs, antigo internacional alemão. Com essa decisão, acaba por gorar-se a possibilidade de a bola de papel ser vendida no “site” de leilões online eBay, com a receita a reverter a favor de projectos de solidariedade. Uma hipótese que chegou a ser aventada, segundo noticia o tablóide alemão “Bild”.
http://desporto.publico.pt/noticia.aspx?id=1379497

E se fosse cá? :)

Jesus custa um milhão

Com este o título da capa d´O Jogo de hoje lembrei -me de um dos melhores filmes portugueses. Uma reflexão belíssima da nossa sociedade. Agora que revi o "trailer", já nem me recordava da presença de um actor que é uma figura bem conhecida da nossa política. Quem acham que é?



Mas lembro-me bem da cena de um leilão de arte sacra, bem no meio do Alentejo, onde depois de se licitar uma imagem do Menino Jesus, o padre disse:

"Vendido ao Sr. do Pajero Vermelho!"

quinta-feira, maio 07, 2009

Carta ao Tom



É meu amigo só resta uma certeza:
É preciso acabar com essa tristeza,
É preciso inventar de novo o amor...

segunda-feira, maio 04, 2009

Vaso Granja

Morreu hoje o Vasco Granja. Para os mais distraídos, o Vasco Granja era aquele tipo que, há uns anos (poucos) nos entretinha ao domingo de manhã com os bonecos. Ao ouvir a notícia lembrei-me de uma série de coisas. A primeira é a razão pela qual só se homenageam algumas pessoas quando morrem. Acho que, na maior parte das vezes, é porque nos esquecemos delas. Nem é por mal, mas é a vida. Vão aparecendo coisas novas, e vamos esquecendo as mais antigas. E depois, quando estas desaparecem, vemos uma notícia no jornal e apercebemo-nos quão importantes foram. Não consigo atribuir-lhe uma influência directa, mas seguramente que o facto de, em tenra idade, ter sido exposto a tanta animação menos convencional, terá influenciado o gosto que hoje tenho por banda desenhada (obrigado, ò Vasco Granja, pela piquena fortuna que já me fizeste gastar :). Quem não se lembra daqueles desenhos animados estranhos, que maior parte de nós, na altura nem perceberia muito bem, mas que víamos devotamente? E aquelas bandas sonoras?...

Outra coisa de que me lembrei depois de ouvir a notícia, foi porque razão a maior parte das pessoas da minha idade se lembra tão bem do TV Rural. Afinal aquilo era um programa sobre agricultura, de interesse pelo menos duvidoso para um puto que vivia em Coimbra. Acho que a razão para todos termos sido expostos ao TV Rural foi o facto de anteceder imediatamente o programa do Vasco Granja. E portanto, para não perdermos um segundinho dos bonecos, lá gramávamos o Sousa Veloso :)

Enfim, resta dizer que para além de apresentar um programa de bonecos na TV, o Vasco Granja também foi um grande divulgador da banda desenhada (chegou a ser director da revista tintin). Enfim, está tudo resumido neste artigo. Gostei particularmente do último parágrafo:
"Vasco Granja, que durante muitos anos ficou conhecido como "o pai da pantera cor-de-rosa", nasceu a 10 de Julho de 1925, em Campo de Ourique, Lisboa, casou e teve uma filha."

Adeus e obrigado.

Fim-de-semana

Venha o próximo!

terça-feira, abril 28, 2009

O monstro precisa de amigos

O álbum "O monstro precisa de amigos" dos extintos Ornatos Violeta foi eleito o melhor álbum português nos últimos 15 anos pelos ouvintes da Antena 3. É um álbum que eu adoro, continuo a ouvi-lo com frequência e com o sentimento de beleza que a sua música me desperta, dá-me a ideia de que os Ornatos Violeta ainda não terminaram. Esta é um daquelas obras musicais que para mim será intemporal pelo próprio som e pela inspiração das suas letras.

"Dá-me a tua mão e vamos ser alguém
a vida é feita para nós..."

Parabéns!

segunda-feira, abril 27, 2009

Título do Mundo...

Este atleta que vemos na foto é um dos poucos profissionais de boxe em Portugal. O Nuno Cruz tem 34 anos, sobe aos ringues desde os seus 14 e leva mais de uma centena de combates feitos. Ontem no lotado pavilhão dos congressos de Matosinhos tentou alcançar um título do mundo frente a um adversário colombiano. O Nuno entrou confiante no ringue, mas o seu adversário conectou mais golpes e foi fazendo um lento trabalho de demolição que terminou com uma ida ao tapete do português ao 9º assalto. Com uma atitude guerreira ainda resistiu à contagem, mas avaliando o estado em que estava a sua vista, o árbito deu por terminada a luta. Não conseguiu o título, mas fez tudo o que esteve ao seu alcance. Entregou-se de forma leal à luta mas não foi o suficiente. Faltou qualquer coisa. Ele certamente saberá. A derrota de uns é a glória de outros, é assim no desporto, é assim na vida. Numa modalidade com uma débil estrutura federativa, o Nuno Cruz está de parabéns por tudo o que fez e ainda faz pelo boxe, pela publicidade e promoção que entrega a esta modalidade que não pára de crescer. Destaco também que na semana passada a selecção portuguesa de boxe esteve num prestigiado torneio em Espanha, o BOXAM, onde estão presentes selecções de todo o mundo. O lisboeta Pedro Matos conquistou uma medalha de ouro, fazendo assim o melhor resultado de sempre em torneios de boxe olímpico além fronteiras. Aos dois, Pedro Matos e Nuno Cruz, um abraço e parabéns!

Selecção portuguesa de Boxe
Pedro Matos ao centro, de azul, medalha de ouro na BOXAM 2009

sexta-feira, abril 24, 2009

quarta-feira, abril 22, 2009

segunda-feira, abril 20, 2009

A Ikea comprou a GM...


E vai vender carros a partir do próximo Verão!

domingo, abril 19, 2009

Peregrinação

Ponte D. Luis I numa destas frias madrugadas.
Até onde vai a tua fé?

sábado, abril 18, 2009

Bye Oscar!

Para quem acha que o boxe é só Tysons e Rockys, deveriam saber que existem pugilistas extraordinários como o Oscar de la Hoya que dão um brilho especial a esta modalidade que faz parte de mim. O Oscar de Hoya descende de uma família de pugilistas, é estadunidense e aos 36 anos afirmou que o sue corpo já não responde de forma eficaz às exigências da modalidade e por isso mesmo arrumou as luvas. O Oscar é um dos atletas que mais gostei de ver jogar e tem um currículo impressionante, diria que perfeito. Como qualquer campeão teve a suas derrotas, mas na sua longa carreira conquistou tudo o que poderia ser conquistado. Aos 16 anos foi vencedor das Gonden Globes, que é o ultra competitivo campeonato nacional dos Estados Unidos, aos 19 anos ganhou a medalha de ouro na categoria de 60 Kg nos Jogos Olímpicos de Barcelona 1992, o que lhe fez valer o nick que conserva até hoje, Golden Boy. Depois de se tornar profissional, ganhou 11 títulos do mundo escalando 6 categorias de peso diferentes, derrotando temíveis campeões como o melhor mexicano de sempre, o Júlio César Chavez. O Oscar foi e continua a ser uma referência para mim, e no início dos anos noventa (não havia net nem tv a cabo...) comprava a revista "The Ring - The Bible of Boxing" para acompanhar a sua carreira. Lembro-me que durante a escalada para o seu primeiro título do mundo, num dos números da revista que comprei aparecia uma foto do Oscar no chão com uma legenda bem provocadora: "o que faz a próxima super estrela do boxe num sítio como este"? A capa da revista convidava a ler o artigo, onde depois de se levantar da lona, o Oscar ganhou o combate. Estávamos em 1994. Hoje ele é dono da revista e gere uma promotora de evenos desportivos, a Golden Boy Promotions. Parabéns Oscar, o boxe agradece-te.


Pequeno vídeo aqui.

quinta-feira, abril 16, 2009

terça-feira, abril 14, 2009

SMS


A história é simples. Fui ao Hi5 de um rapaz de 15 anos que anda lá na academia e nas fotos dele aparecem comentários maravilhosos. Não no seu conteúdo, mas na forma de como estão escritos. Acho hilariante aquela forma abreviada de escrita que começou nas SMS e chego a acreditar que é tudo uma questão de evolução da linguagem. Resolvi partilhar convosco. Cá vai:

OI TA TD OWIA TENHO XENTIDU BOE MXM A TUA FALTA AKERDITA EU ADWT COMO AMIGO E CLARO APARECE LA NU GOMES OU XENAO COMBINAMOS E EU VOU AO CLAR BEIJAO PA TI MAX XO PA TI XAU DWRT MT MT MT MT MT MT MT MT MT MT MT MT MT MT MT MT MT MT MT MT MT MT MT MT MT MT MT MT MT MT MT MT MT MT MT MT MT MT MT MT MT MT.


olha eu n te konxigo exkexer max eu tou a xofrer mtmtmtmtmt km tg olha tu andax km a maria j eu xei k ela n gxt de ti olha eu n te tou a dizer xo pk gxt de ti................
olha xbx knd nox andavamox ele virou-se pra mim i dixxe olha eu vou chamar o xenoura la trax i vaix ver o k k ele me faxxx olha eu vou matala olha ele anda km tg pra me fzr xiomex max eu n tenho xiomex...................... olha xbx o k k eu vou fzr exkecer te tu n me merexex..... olha eu amo.t mtmtmtmtmtmtmtmtmtmtmtmtmtmtmtmtmtmtmt olha tu na xegunda tvx a dar oportunidadx..... xe n gxtx de mim n me dex oportunidadex..........

Quem sabe se nas próximas gerações os jovens não começam a escrever em código binário. Assim os telemóveis só terão duas teclas...

sábado, abril 11, 2009

Os limites da decência

Alguns de vocês poderão pensar que, na política, já todos os limites da decência foram ultrapassados. Eu, por vezes, também pensava que sim. Numa recente ida a uma grande superfície comercial pude verificar que não. Um partido português colocou o seu cabeça de lista às eleições para o parlamento europeu a fazer campanha junto da população alvo mais impressionável, as crianças. E fá-lo nas prateleiras onde se encontram os brinquedos, tão cobiçados pelas crianças... Já não há respeito por nada! É um escandâlo! Como já supunha que alguns iriam receber esta notícia com cepticismo, tratei de obter provas fotográficas do ocorrido.



Quando lhe carreguei na barriga, cantou "Eu sou o ****, quem vota em mim, é gente porreira!"

sexta-feira, abril 03, 2009

A crise na côltora

Noutro dia, na rádio, tive que ouvir um barrigudo da spa (sociedade portuguesa de autores) a queixar-se sobre a pirataria. Não tenho a certeza, mas penso que desta vez o pretexto foi ir fazer queixinhas ao procurador-geral da república e pedir uma acção mais musculada contra o pessoal que partilha ficheiros, esses criminosos. É que parece que a pirataria está a deixar os agentes culturais muito pobrezinhos, coitadinhos. E agora com a crise…Eu não tenho a certeza, mas parece que entre estes agentes culturais estarão músicos e editoras musicais. Ora, a estes gajos eu tenho a dizer, bem feito! Já tiveram tempo de perceber que as coisas mudaram. E o que é que fizeram? Nada! Foram atrás de meia dúzia de criminosos a ver se assustavam os outros. E que tal melhorar a qualidade do produto que oferecem? Não seria boa ideia? Por acaso, no sábado (ou domingo) passado estava a fazer zapping e parei na rtp 2 que estava a transmitir os Brit Awards. Reparei que andava por lá a Kylie e, como não estava a cantar, decidi deixar ficar um bocado. Fui continuando a ver, e confesso que senti um fascínio mórbido, aquele que nos obriga a olhar para um acidente de viação quando passamos por ele. Ou seja, vi aquilo até ao fim. De cada vez que surgia um novo grupo, a única coisa que me vinha à cabeça era um bocado de uma letra duns gajos que se chamavam “os cães, a morte e o desejo” (acho eu, não tenho a certeza) que dizia qualquer coisa como: “ò elvis, que merda é esta? já conhecemos esta palhaçada”. É que tudo o que era apresentado como grande novidade, não era mais do que um remake fraquinho de coisas que já todos estamos cansados de ouvir. Os gajos mais originais que por lá apareceram foram os Pet Shop Boys (mas a minha opinião sobre eles não é, nem nunca será imparcial. eles são os maiores). E portanto, pus-me a pensar (coisa rara) se seria assim que estes gajos querem vender discos. Será que aquela gente acha que aquilo tem o valor do preço que nos levam por um cd? Ainda por cima enfiado numa caixa de plástico mal amanhada, com umas fotografias fanhosas e com um som terrível? Eu acho que não…

Esta história do preço dos cd’s também tem muito que se lhe diga. Eu sou um pirata confesso (a spa que venha atrás de mim). Infelizmente, a pirataria têm-me saído cara. Porque há (muitas) coisas que saco, de que realmente gosto, e acabo por comprar. Compro sobretudo coisas que, para além de boa música, são edições cuidadas. Quer do ponto de vista gráfico, quer do ponto vista dos materiais utilizados. Como na maior parte das vezes são coisas relativamente obscuras e em edições pequenas, acabo por comprar directamente às editoras ou aos músicos (e geralmente são coisas caras, entre os 6 e os 12 aéreos). Um dos últimos que comprei não caia nesta categoria. Está disponível em qualquer loja de discos razoável. No entanto, acabei, novamente, por comprar directamente no site da editora. A coisa, com portes incluídos (da estranja) ficou-me em 11,5 aéreos. Na fnac custa 15,95 (porque está em brutal promoção, antes custava 20,50)… Então afinal para onde vai o dinheiro? Eu parto do princípio que a editora dê uns tostões aos músicos, descontados do 11,5. Portanto, esses estão pagos. E os restantes 4,45 (partindo do ingénuo princípio que a fnac os compra a 11,5), são para quem? É para isso que querem que compremos discos? Para alimentar barrigudos? Ide dar uma ganda volta!…

p.s desculpem lá o tamanho do desabafo. isto está tão grande que nem eu tive pachorra para voltar a ler :)

quarta-feira, abril 01, 2009

Dia das mentiras

São Pedro precisava de almoçar e pediu a Jesus Cristo que ficasse no lugar dele por uns momentos. Nisto, entra nas portas do Céu um velhinho, e Jesus pergunta-lhe:

- Então, vamos lá saber quem és tu?

E o velho:

- Não sei, ...eu já sou muito velhinho e já não me lembro de nada. A única coisa que me lembro é que eu era carpinteiro e que o meu filho ficou muito famoso.

Então Jesus gritou emocionado - Pai!!!

E o velho - Pinóquio!!!

AVPLLJ (Alta Velocidade para a Linha da Lousã, já!)



O Movimento AVPLLJ (Alta Velocidade para a Linha da Lousã, já!) e a sua comissão de Estudos de Fundação e Aproveitamento do Projecto de Electrificação da Lousã (EFAPEL) divulgou este vídeo para sensibilizar a opinião pública da real necessidade de um serviço de Alta Velocidade para as boas gentes de Lousã e Serpins. Com a sua magnífica equipa de colaboradores, a EFAPEL vai colocar mãos à obra e serão pioneiros num processo inverso à miniaturização. Tudo está envolto em grande segredo e a equipa tem-se reunido nas aldeias serranas da Lousã. Com um nome de código "Mary Jane", o dito processo consiste em pegar em fotografias e vídeos da automotora e transformá-la num "Train à Grande Vitesse" à escala real. Boa sorte rapazes!

segunda-feira, março 30, 2009

miniaturas - o tgv

Como já tinha dito, o vídeo e as imagens "postadas" pelo toni deixaram-me entusiasmado com esta brincadeira de transformar as fotografias em miniaturas. Decidi, por isso, deitar mãos à obra e fazer as minhas próprias miniaturas. Deixo aqui o resultado de uma delas, feita a partir de uma fotografia de um comboio de alta velocidade.Reparem na expressão da máquina. Parece mesmo estar a dizer: "Ò Manela, porque é que não gostas de mim?". Por outro lado, também pode estar a questionar-se: "Ò Lino, o caminho é por aqui? Afinal, vou para o poceirão ou não?"

terça-feira, março 24, 2009

Quando é que o futebol deixa de ter interesse?


1 - Quando em circunstâncias iguais uma equipa perde por penaltis e faz disso o acontecimento desportivo do ano;

2 - quando colocam um inútil chamado Sílvio Cervant a representar um clube;

3 - quando se faz um inquérito aos telespectadores sobre a hipótese do Sporting devolver a medalha de segundo lugar (e os palermas que ligam, votam num massivo "sim");

4 - quando os árbitros afirmam que têm família...

sábado, março 21, 2009

segunda-feira, março 16, 2009

14 de Março

O dia amanheceu com sol. Quando acordei a luz solar bateu dolorosamente no fundo dos meus olhos e o latejar da minha cabeça acusou todos os excessos da véspera. Estava sozinho na cama e eram 11 da manhã. A noite anterior seria daquelas que facilmente durariam até de manhã e tive de me forçar a vir para casa cedo. Lá me levantei, e depois de dois copos de sumo e um Benuron já me sentia mais agilizado para aquilo que se havia de seguir. Fiz todos os preparos calmamente e cada vez que olhava o relógio sentia que tinha o tempo a meu favor. Mantive-me alheio a uma certa impaciência e tensão que pairavam pela casa, sentia-me senhor da situação. Mas entretanto comecei a ter indícios que as coisas não estavam controladas. Reparei que as minhas mãos estavam transpiradas, trémulas, o meu rosto estava lívido, as extremidades da minha boca estavam descaídas e não conseguia, por nada deste mundo, dar o nó da gravata. Afinal estava nervoso. Fiz mais umas tentativas desesperadas e já impaciente entreguei a gravata à minha irmã, que a avaliar pela minha expressão, nem rejeitou o meu pedido. A gravata ficou pronta, saímos todos em cima da hora e depois de ter chegado não me recordo de ter feito o trajecto. Sentia-me estranhamente nervoso mas conseguia controlar as emoções, ou pelo menos dar a ideia de serenidade, pois lentifiquei os meus movimentos. Caminhei devagar, falei sempre pausadamente, mas de vez em quando dava por mim a respirar fundo o que poderia indiciar o meu estado a um olhar mais atento. A espera não foi longa e a cerimónia começou. O meu amor estava lindo (é lindo!) e não perdi muito tempo em elogios, pois teria o resto do dia e o resto da vida para o fazer. O importante era consumar aquilo que tanto queríamos. Reparei que os seus olhos estavam carregados de comoção e ameaçavam um choro a qualquer momento. Dei-lhe a mão. Ela também tinha as mãos húmidas e resolvi abraçá-la. Depois correu tudo bem, à medida que tudo ia decorrendo, os nervos iam dissipando. Depois vieram as alianças, primeiro a minha, depois a dela. Ou ao contrário, já nem sei. Os risos começaram a sair, a tensão deu lugar ao humor e às brincadeiras. Desejaram-nos felicidades com um toque de moralidade, e saímos. Não houve arroz, mas houve um longo, demorado e silencioso abraço. Um abraço sentido. Um abraço de amor. O melhor que recebi na vida. Foi um abraço que apagou a má memória de tantos outros que demos em despedidas. Foi um momento muito especial e inesquecível. Sou um tipo de sorte. Tenho sorte de ter o amor que tenho, tenho sorte na família que tanto adoro, sorte em gostar daquilo que faço, sorte nos bons amigos que tenho. Agradeço toda a paciência e tudo o que a minha mãe fez e continua a fazer por mim. Agradeço todos os votos de felicidades que recebi dos meus amigos, e sentir a sinceridade desses votos estampada no brilho do vosso olhar é algo que nunca vou esquecer. A eles, a vocês, a todos, obrigado. E a ti meu anjo, agradeço todo o amor com que preparaste tudo, toda a dedicação que nos entregas e a partir de sábado tivemos então a certeza de que demos um passo em frente. Não um, mas dois passos. Lado a lado. Juntos.