terça-feira, novembro 14, 2006

O OGE

Olá pessoal, cá estou eu de volta. Eu sei que tenho andado desaparecido, mas tenho andado muito ocupado no trabalho (o bolonha, o bolonha...). E como geralmente lia isto no trabalho, fui-me esquecendo, e quando chego a casa, até evito aproximar-me dum computador com net (a não ser por causa da mula, mas isso são outras guerras).

O que me trás hoje aqui são as boas notícias que o OGE trouxe a Portugal (OGE é orçamento geral do estado, mas também podia ser um qualquer organismo geneticamente mal parido). E pronto a partir daqui vai começar o desatino. Depois das notícias de ontem sobre as reduções dos orçamento transferidos para os estabelecimentos de ensino superior (ees, sim porque os politécnicos também são ensino superior - tás a ouvir ò gago - e também devíamos poder dar mestrados). Nem acabo esta frase. O disparate começa logo aqui. Será que as luminárias dos economistas e dos comentadores só agora é que se aperceberam disto? Nós já estavámos cansados de saber, só que ninguém ligava. Passo a explicar. Para além dum corte de 6% (cuja razão é, aliás, desconhecida) as EES ainda vão lerpar com uma quebra de + ou - 7% por causa dos pagamentos à caixa geral de aposentações (que eram feitas directamente pelo estado). Façam as continhas e vejam a marretada que o ensino superior vai levar... Até agora tudo culpa desse gago, que ainda por cima insiste que o investimento e ciência e tecnologia em 2007 vai ser coisa nunca vista. Alguém lhe devia explicar que para haver ciência e tecnologia tem que haver EES a funcionar em condições e docentes com cargas horárias razoáveis... E também lhe deviam explicar que o corte no financiamento das EES é muitissimo superior ao tão publicitado investimento em CT. Enfim, vamos continuar a brincar aos MIT's e às CMU's (já ouviram alguém falar dos custos que estas parcerias vão ter? já conseguiram perceber qual é que vai ser o retorno para portugal? eu não). Mais uma vez, responsabilidade do gago. Isto já ia mal, quano hoje na rádio ouvi essa paneleira dos santos dizer que sim senhora, achava muito bem os cortes, para as EES aprenderem a gerir em condições. Desculpem o meu português, mas puta que o pariu! Ou então fui eu que não percebi bem, mas fiquei com a ideia que as transferência de $ para os EES nem sequer dá para pagar os ordenados todos, quanto mais para nos preocupar-mos com a qualidade do ensino (mais uma vez lá vai andar o dinheiro das propinas a servir para pagar ordenados, telefones (à PT), electricidade (à EDP), e outras coisas de elevadissima relevância pedagógica). A paneleira de certeza que sabe isto, porque o que ele no fundo está a dizer (mas não tem tomates para o fazer frontalmente) é: despeçam pessoal. Ainda por cima os professores do ensino superior não têm direito a subsídio de desemprego, portanto é só poupar...

Enfim, tive que desabafar. E como desabafo final, deixo-vos com esta: começo a pensar que mais valia ter votado no psd...

p.s como não me atendem dos gabinetes dos ministros, voiu telefonar para a cabovisão. Está a apetecer-me desatinar com alguém :)

2 comentários:

pvl disse...

Já antes das eleições o Pedro Mexia dizia que o Sócrates ia ser o líder que a direita sempre sonhou ter e nunca teve.

Confessa lá, saudades do Cavaco? Esse homem discreto e trabalhador. Um esquerdista.

Por este andar, até o Paulo Portas vai ser considerado um homem de esquerda (bem enfim, talvez apenas "de esquerda").

Toni disse...

Aquela história da educação ser um dos polos de investimento de um governo de esquerda ficou na gaveta...

Pode ser que as coisas mudem com o....
Cavaco!