sexta-feira, janeiro 25, 2008

Minha alma está parva...

Oh pá, estou indignado! Recebi esta cena por e-mail que é uma opinião de um jornalista chamado José Victor Malheiros sobre o encerramento dos serviços de urgência. Aqui fica o texto que recebi por e-mail que, sinceramente, não sei se foi publicado em algum jornal ou página de notícias. Apenas quero partilhar convosco. Façam favor de ler:


"Há pessoas muito estúpidas. Há pessoas tão estúpidas que nem sequer percebem que, quando se fecha o serviço de urgência do hospital da sua terra, isso é para o seu bem. Há pessoas tão estúpidas que nem sequer percebem que muitos dos serviços de urgência que se fecham nem sequer são verdadeiros serviços de urgência e que o facto de estar lá um médico que os ouve, os examina, os atende e os trata é secundário quando se compara isso com a racionalidade da rede de urgência nacional e pode até ser mais prejudicial do que benéfico. Mais: há pessoas tão estúpidas que são capazes de confundir "emergência médica" com "urgência médica" ou mesmo com um simples caso agudo. Apesar de isto até já ter sido explicado na televisão!
Mas não é tudo: há pessoas que são tão, tão estúpidas que levam a sua estupidez ao ponto de levar uma criança a uma urgência hospitalar durante a noite e lá passar cinco horas com a criança embrulhada numa manta nos joelhos só porque têm medo de que se trate de uma coisa grave que exija uma rápida intervenção médica, quando qualquer médico percebe que não é nada grave e que tudo o que é necessário é baixar a febre e fazer inalações de vapor. É gentalha como esta que entope o sistema.
E há mais: há pessoas tão supinamente estúpidas que nem percebem a diferença entre Serviços de Urgência Básica, Serviços de Urgência Polivalente e Serviços de Urgência Médico-Cirúrgica (como se eu já não tivesse explicado o que significam estes conceitos) e que dizem que tudo o que querem é poder ter acesso
rápido a cuidados médicos em caso de necessidade. Uma tristeza.
Há pessoas tão estúpidas que acham que quando lhes dizemos que a intervenção precoce é fundamental em casos de AVC ou ataque cardíaco ou coisa semelhante acham que isso quer dizer que devem ter acesso a cuidados médicos ali ao pé de casa e não percebem que uma hora ou duas a mais ou menos (ou três ou quatro)no fundo não tem importância nenhuma. Há pessoas tão estúpidas (e tão egoístas) que não percebem que na política de saúde se trata antes de mais de estatísticas e que a importância do seu caso pessoal empalidece ao pé de mil outros. Mas isto ainda não é tudo: há pessoas que são tão estúpidas que nem percebem que não tem a mínima importância terem de se deslocar umas dezenas de quilómetros até ao SUB ou SUP ou SUMC, conforme o caso, porque podem apanhar um táxi ou uma ambulância ou mesmo um helicóptero. Algumas destas pessoas são tão indiferentes às prioridades da organização da rede de urgência que levam o seu egoísmo ao ponto de se queixarem da despesa e do incómodo que essas deslocações lhes causam. O que são 200 ou 300 euros quando é a saúde que está em causa?
Outras pessoas levam a estupidez ao ponto de se queixarem de passar horas à espera nas urgências, sem perceber que isso significa que devem estar num hospital central com todas as valências, o que só por si lhes devia agradar.
Outras pessoas são tão estúpidas que se queixam de que houve serviços que foram fechados antes de terem sido abertos os serviços alternativos. Há até quem se queixe por haver 650.000 pessoas sem médico de família. E até há pessoas tão estúpidas (algumas delas altamente colocadas) que acham que os portugueses têm razões para se perguntarem para onde vai o país em matéria de cuidados de saúde e que consideram que a reforma não foi suficientemente explicada. Há outras pessoas que são tão estúpidas (incluindo pessoas que fazem parte de comissões técnicas que até deviam perceber destas coisas) que acham que as intervenções na rede de urgências começaram a ser feitas antes de se ter pensado no quadro global e que se está a pôr o carro à frente dos bois e a tomar decisões avulsas conforme as pressões locais.
Há tantas pessoas tão estúpidas que acho que a única solução é mesmo dissolver o povo. Ia reduzir o acesso às urgências."

15.01.2008, José Vítor Malheiros - Jornalista



Pois bem Sr. José Victor, se há pessoas tão estúpidas que nem percebem a diferença entre um SUB, um SUP e um SUMC, e já que nos insultaste a todos, neste meu direiro à opinião e de resposta vou-te começar a tratar por tu, pode ser?

Olha lá pá, então e gentalha como tu que de tão burro não sabe que estão a fechar urgências em determinados hospitais, e ao mesmo tempo que os remodelam? Sabias, meu ignorante, que a empresa onde estive ganhou o concurso de requalificação do Hospital de Nossa Senhora da Ajuda de Espinho? E sabes que as urgências vão fechar lá? Sabes, por acaso, por quanto foi avaliada a obra? Pois não sabes não meu burro, mas eu sei! E num projecto para esbanjar de dinheiro em coisas inúteis! E sabes quem paga, não sabes? Daquilo que sei, posso-te dizer que aquele valor daria para remodelar na mesma o hospital, e pagar honorários médicos e afins para funcionar um serviço de urgência. Também houve concursos para remodelações para o Hospital da Mealhada e da Figueira da Foz, isto só para falar dos que eu me lembro que ficaram sem urgências... Eu pergunto a mim mesmo: Como pode um governador civil, ministro, ou autarca, dormir descansado quando aprova uma coisa destas? Enfim, decisões políticas... Mas haver palermas como tu que acham que isto é bom para todos, dá-me vontade de rebolar no chão a rir.
Depois pá, condenares as pessoas por passarem horas nas urgências revela uma ignorância de quem não vive neste mundo, pois talvez a razão para isso terá sido a educação deste país que passou anos dissolvida à custa de políticas que certamente apoias. Já agora, diz-me lá boi, onde é que tu vives? De certeza que não vives em Alijó ou em Castro Marim...
E já agora se precisares de 200 ou 300 euros para te deslocares a uma clínica, avisa. Terei todo o gosto em te ajudar... Afinal é saúde...

5 comentários:

Myllana disse...

O "jornalista" citado deve mesmo tem um mega salário e morar na frente de um mega hospital mas deveria ele se pôr no lugar das pessoas que moram num ermo,pagam seus impostos e que não tem acesso a saúde que é básico em qualquer lugar do mundo e ainda, muitas vezes terminam por perder a vida pela falta do serviço .
Longe de mim falar mal do país que me acolheu até pq no Brasil passamos pelo mesmo problema mas por razões diferentes, que na verdade se resume a uma só coisa : Infeliizmente quem não tem dinheiro termina por pagar um alto preço pra manter a saúde e até mesmo a própria vida!

Manel disse...

Estupidez é o acto praticado pelo estúpido, cujo resultado do acto praticado é prejudicial para outros e para si.

Não vale a pena tentar ajudar o estúpido, pois ele praticará a estupidez, mais tarde ou mais cedo.

Anónimo disse...

Ó Toni, só por estupidez não se lê a ironia no texto que transcreveste! Mas a avaliar pelos dois comentários anteriores, houve mais pessoas que não conseguiram perceber a ironia das palavras.

Toni disse...

Deixa lá meu, estava com vontade de insultar alguém, e um tipo sempre estupidifica um pouco no final de uma semana de trabalho, que foi o caso

By myself disse...

Pois eu tb acho que foi um trabalho de pura provocação em tom irónico. E pelos vistos conseguiu o resultado pretendido!